A taxa alcançada pelo RN de quase 50% de evasão, na graduação, segue a tendência nacional explicitada no Mapa do Ensino Superior no Brasil, lançado em meados do ano passado. Na ocasião comentei para alguns veículos e os dados não podem ser esquecidos. 

Sempre soube que a taxa de evasão no ensino superior era alta. Desde quando atuei, fortemente, no terceiro setor, também na titularidade da secretaria de educação do estado e por último no Conselho Estadual de Educação, me chegavam informações de que turmas de muitos cursos das nossas instituições de ensino superior começavam com 40 alunos e terminavam com um terço, um quarto dos graduandos, incompatível com os investimentos empreendidos.

A explicação para uma desistência tão alta o mesmo estudo aponta algumas causas com as quais eu concordo, como a frustração do jovem diante de currículo desconexo com o tempo vivido, distante do mercado de trabalho, excessivamente teórico, além de questões econômicas no que diz respeito à necessidade de sobrevivência e a possibilidade de pagar o curso, quando a instituição é privada. Acrescento: a fragilidade da educação básica brasileira eclode lá no ensino superior, na dificuldade de o jovem acompanhar os conteúdos. Ora, estudos mostram que apenas 5% concluem o ensino médio com pleno domínio das competências e habilidades previstas. Associo ainda à escolha de curso, às vezes, por facilidade de ingresso e não por interesse. Tal realidade logo faz a faculdade perde a “disputa” pela necessidade de o jovem conseguir uma vaga no mercado de trabalho, muitas vezes informal ou simplesmente para seguir na ociosidade. 

O problema da formação do aluno entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio afeta, certamente. A Educação Básica precisa preparar muito bem o jovem e fortalecer o seu campo de interesse para ele desenhar um projeto de vida que envolva a graduação em determinado curso. Só assim ele encontrará sentido para ingressar e permanecer na instituição de ensino superior. 

Estamos a tratar de um cenário que enseja políticas públicas que, efetivamente, inclua os jovens, condicionando-as à conclusão de etapas da trajetória acadêmica, ou seja, o Brasil precisa não abandonar os seus jovens para que eles não abandonem as escolas e universidades.

Com informações da reportagem do Novo Notícias que tive o privilégio de colaborar.

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