Partilho um pouco do nosso trabalho (vídeo abaixo) de mediação do processo de alfabetização de crianças do projeto “Esquina do Conhecimento”, da Escola Estadual de Tempo Integral Dr. Manoel Dantas. São espaços extras para a “recomposição das aprendizagens” que concilio com a função de coordenadora pedagógica. Outras três colegas também alfabetizam duplas ou trios de crianças, totalizando 11.
A minha referência é o “Método Natural”, do pedagogo francês Celestin Freinet (1896-1966) que destaca: “No nosso método natural de aprendizagem da língua, partimos não do texto do adulto, mas da vida da criança, da sua expressão oral e escrita, do seu texto livre” (1977, p. 251.). As crianças produzem suas histórias, oralmente, quando relatam o final de semana ou uma manhã na escola, por exemplo, depois desenham a história, legendam os desenhos por meio da escrita de palavras, fazem a leitura das palavras com apelo para que ouçam e percebam os sons. Elas reescrevem as palavras com ajuda, escrevem palavras novas com os mesmos sons, produzem frases usando palavras das legendas e diversas atividades se seguem a partir dessas mesmas palavras, como a separação das palavras em sílabas para perceberem os sons.
Freinet lembra que “A criança aprende a falar num tempo record porque não pára de falar e porque a mãe também não deixa de a ouvir e de lhe falar.” Sendo assim, “A criança aprenderia do mesmo modo a escrever perfeitamente, sem qualquer exercício sistemático e sem regra especial, se fossem cumpridas as mesmas condições indispensáveis; isto é, se a criança escrevesse e lesse não só uns quantos minutos por dia mas, por assim dizer, permanentemente”.
Estou acompanhando três crianças (Antônia, Luan e José Miguel) com encontros diários de 60 minutos. Elas são incríveis! Sou grata.
