Ainda no final do 1° semestre fui procurada por alguns veículos para comentar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2018) que foram divulgados pelo IBGE. O RN melhorou em todos os indicadores educacionais da pesquisa, confirmando a tendência positiva de crescimento.
Enquanto em cinco estados brasileiros (Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná, Amapá e Pará) a taxa de analfabetismo subiu, no RN caiu para 12,9%, a 3ª menor taxa do Nordeste. Importante destacar que 85% dos analfabetos potiguares têm mais de 40 anos de idade e uma parte expressiva mais de 60 anos, resultado da escola seletiva e excludente que predominou até os anos 90 e que soma no país 11,3 milhões de analfabetos (6,8%), em 2018.
Também conseguimos aumentar os anos de escolaridade da população e a taxa de acesso à escola, o que reflete entre os mais jovens.
É claro que o desafio é gigante: quase 60% dos potiguares ainda seguem sem concluir a educação básica e 23% dos jovens brasileiros não estudam e também não trabalham. Escolas mais bem estruturadas e significativas aos projetos de vida dos jovens e políticas que estimulem a permanência na escola são sinalizadores de respostas à essa enorme demanda.
O mais importante: o acesso à escola foi praticamente universalizado, da pré-escola (4 anos) ao ensino médio. Nessa última etapa há oferta maior do que a demanda, sobram vagas todos os anos. Não há problemas de querer estudar e não conseguir matrículas.
Convém considerar para entender a razão da queda dessa taxa ser tão lenta: se por um lado agora a escola consegue alfabetizar as crianças, o que é excelente, por outro lado adultos a partir de 40 anos são menos motivados para voltar aos bancos escolares e, felizmente, cada vez mais aumenta a expectativa de vida do brasileiro. Uma projeção: no ritmo atual, alfabetizando todas as crianças e as pessoas até os 60 anos, em até duas décadas é possível que tenhamos erradicado o analfabetismo no RN e, consequentemente, no Brasil.
Cláudia Santa Rosa 