Há algumas semanas tive acesso a uma apresentação técnica do MEC que esboça proposta executiva para a política de desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica no país, por sinal, promessa de campanha do presidente da república.

Das vinte lâminas pincei a que ilustra esta postagem. Ela mapeia as redes estaduais de ensino quanto à matrícula no Ensino Médio Integrado à Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Observe que o formato é de ranking e nele o RN assume posição bastante confortável, à frente do Distrito Federal e de 19 estados.

Sim, o RN agora ocupa a 7ª posição entre as unidades da federação, considerando o percentual de matrículas na EPT.  Convém não confundir com cursos de qualificação, subsequentes ou concomitantes ofertados por instituições parceiras que reservam à Secretaria de Educação o lugar de mera demandante. Aqui estamos a falar da rede estadual que oferta e conta a matrícula.

Até o ano letivo de 2016 a Rede Estadual do RN tinha apenas uma unidade com a oferta de EPT. Parece milagre, mas, ao final de 2018, quando deixamos a pasta da educação, a rede ficou com 63 unidades, entre escolas e centros, fruto do trabalho competente de uma equipe muito especial.

Atentemos: não estou a dizer que a rede ficou pronta, terminada ou perfeita. Quem disse que se tira muitos anos de atraso a toque de mágica? Quem disse que fazer educação para a maioria – sem selecionar e excluir os de aprendizagens mais frágeis – passa a ser de qualidade de uma hora para outra? Quem disse que a burocracia deixa de existir só pelo fato da educação pedir urgência? Quem disse que gerir um orçamento minguado para centenas de escolas é a mesma coisa de contar com recursos vultuosos para duas dezenas?

Importa que a EPT era um tema adormecido na Rede Estadual de Ensino do RN até a tomada de decisão do então Governo, de que seria uma política prioritária. É fato: em dois anos deixou de ser apenas intenção e houve uma expansão surpreendente para todas as 16 regionais de educação. Houve um movimento impulsionador, de estruturação rumo a outro patamar e isso não há como obscurecer.

O mapa educacional do estado potiguar passou a contar – a partir de 2017 – com centros de educação profissional com e sem tempo integral e escolas ofertando a educação profissional com e sem tempo integral. Os dois últimos centros, de um conjunto de 10, ficaram com obras para serem finalizadas no 1° semestre de 2019, depois de desembaraçarmos a burocracia que colocava em risco convênios com o governo federal do ano de 2009.

Foi enriquecedor acompanhar professores, técnicos e especialistas da rede ajudarem a construir o projeto pedagógico institucional da educação profissional e 30 planos de curso, ação que contou com uma consultoria contratada com recursos do acordo de empréstimo com o Banco Mundial, trabalho finalizado e os documentos entregues ao Conselho Estadual de Educação para serem  apreciados.

Durante dois anos letivos de trabalho intenso, nada foi mais bonito do que visitar as feiras de Educação Empreendedora realizadas nas unidades de ensino e verificar o resultado do trabalho excepcional dos professores, especialmente os do eixo tecnológico, uma gente competente e comprometida que vem tornando a EPT uma política importante ao projeto de vida dos jovens.

Finalmente, é muito bom a gente ter a certeza do dever cumprido. Inegavelmente, o voo do ensino técnico do RN colocou o estado ao lado daqueles que mais crescem na região nordeste. Saber que a EPT e o tempo integral foram promessas de campanha da governadora Fátima Bezerra, é ter a certeza de que avançaremos muitas vezes mais nos próximos quatro anos. Os jovens agradecem.

11 comentários em “O voo do ensino técnico no RN

  1. Muito orgulho de ter participado desse movimento impulsionador! É fato que a EPT no RN acontece!!#totalmenteexcelente!

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  2. Parabéns!
    Você foi uma Grande Secretária e fez a diferença na Educação Pública do RN.

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  3. De fato, uma conquista e tanto (apesar de serem números ainda muito pequenos) que se iniciou em 2008, na gestão do secretário Ruy Pereira, fazendo os convênios com o Programa Brasil Profissionalizado (Governo Lula). O processo enfrentou a burocracia (tão conhecida por todos) e somente em 2015 foi retomado a fim de que em 2016 se pudesse planejar a oferta de matrículas. Apesar da SUEP ter sido virtualmente desativada a partir de 2016 (oficialmente quem assumia a pasta era uma jornalista que não estava à serviço da política de educação profissional), a equipe da SEEC se comprometeu em viabilizar o processo.

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    1. Eu sei que é difícil engolir que somente em nossa gestão (a partir de maio de 2016), finalmente, a EPT aconteceu no RN. Compreendo sua dor. A questão é que a história é bem diferente da que o senhor descreve, mas nem vou me dar o trabalho de retomar. Infelizmente em 2015 a gestão da SEEC oficiou o FNDE propondo repassar os centros para a UFRN, no lugar de arregaçar as mangas e trabalhar pra fazer acontecer. Quanto à subcoordenadoria de EPT, na minha gestão foi importante deixar de existir, pois busquei unidade, sem falar que nada aconteceu antes com ela lá, estranhamente nada aconteceu de EPT. Foi justamente desmanchando as “caixas” que funcionou. Uma dica: aceite que dói menos.

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