Hoje, dia 1º de novembro de 2015, data em que o Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) celebra 11 anos da sua fundação, dedico este espaço para reproduzir um texto muito especial: “A obra e o autor”, assinado por Paulo Castro, então diretor executivo do Instituto C&A, prefaciando a obra “Diálogos em defesa da escola pública”, lançada recentemente.

Todas as honras para uma equipe formada por doze pessoas, mulheres e homens, que mantém viva uma organização que segue com a sua missão de contribuir com a educação básica.

11 anos de IDE, 11 anos de parceria com o Instituto C&A e um legado de lutas, superações, desafios e conquistas. A maturidade dessa parceria faz com que os dois institutos, neste momento, coloquem para o “mundo” uma campanha piloto – Aqui a gente aprende – de mobilização social em defesa da escola pública, trazendo a mensagem do possível, da escola de qualidade que pode ser real em todos os lugares do Rio Grande do Norte e até mesmo do Brasil.

Assim registrou Paulo Castro:

“É com entusiasmo que abrimos as páginas desta publicação do Instituto de Desenvolvimento pela Educação (IDE), sob o título de Diálogos em Defesa da Escola Pública. Tudo o que está aqui nos interessa: a inspiração, os personagens, as histórias entrecruzadas e, especialmente, a forma tão peculiar do estilo e da escrita.

Toda obra que se propõe à reflexão e ao debate é produto de um trabalho criterioso de pesquisa, de escuta e de atenção plena em relação às questões a que se propõe abordar. Este caminho não se percorre da noite para o dia e o IDE não é exceção à regra. Organização da sociedade civil que nasceu e se desenvolveu dentro do campo de influência do Instituto C&A, o IDE fez um trabalho consistente e conquistou, ao longo de seus dez anos de jornada, reconhecimento e autonomia exemplares.

Autonomia se constrói com experiência e coragem. O IDE desempenhou com maestria seu ofício de defensor da educação pública de qualidade, à custa de tenacidade, ousadia e conhecimento. O Estado do Rio Grande do Norte não impôs limites ao IDE. O Brasil também não. Nem os limites do nosso país circunscreveram a ação do IDE no contexto de nosso território, unicamente. Quantos seminários internacionais sobre leitura literária o IDE não encabeçou para comprovar isso?

A escola pública de qualidade que o IDE quer para as crianças é uma escola que desafia as fronteiras que lhe são dadas e que capta na leitura que faz do mundo o que há de melhor, para a escola e para as crianças. As práticas de aprendizado são significativas e emancipatórias. As crianças são sujeito do seu processo formativo e do seu tempo e, enquanto aprendem, ensinam também os adultos. O grande lema é desenvolver-se conjuntamente, e a escola pública pode ser um centro para irradiar novas formas de fazer e de se relacionar a toda a sociedade.

O Instituto C&A tem o privilégio de acompanhar de perto a trajetória do IDE e de celebrar com ele suas conquistas. Sua visão política sobre a educação pública e sobre a importância da leitura de literatura para o desenvolvimento humano encontrou ressonância e virou lei no Rio Grande do Norte. Nos municípios, o trabalho do IDE e de suas lideranças reverberou em dezenas de projetos em redes de escolas. Na esfera federal, ganhou voz em instâncias de representação máxima, como o Conselho Diretivo do Plano Nacional do Livro e Leitura.

Estas e outras passagens aparecem registradas neste livro, mas um elemento particular da narrativa transversaliza-se por toda a obra, virando alvo maior de atenção: é justamente aquele que revela o papel do IDE como organização de controle social, de discussão de ideias e de mobilização social. Não foi por acaso, afinal, que o IDE escolheu celebrar seus dez anos com um compêndio de artigos publicados na imprensa em torno das propostas que vem defendendo.

O Instituto C&A se alia ao IDE no lançamento desta obra, reconhecendo que a educação é tarefa de todos – do Estado, da família e da sociedade – e que o diálogo entre estas instâncias é vital para que a escola pública alcance os seus maiores objetivos.

Ao combinar elementos essenciais para a sustentabilidade de uma organização social – como a legitimidade de propostas e a maturidade da ação social –, o IDE mostra novamente a que veio. Que seu projeto se aprimore, seja continuamente desenvolvido e siga sendo fonte de referência sobre o que é possível realizar quando se tem compromisso, qualificação e pulso forte para contribuir com a escola pública brasileira.”

Artigo originalmente publicado em novembro de 2015.

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